Paróquia do Santuário Diocesano do

Senhor Bom Jesus de Matosinhos

São João del-Rei - Minas Gerais

Sala de Milagres

SALA DE MILAGRES

Sala de Promessas (sala de milagres) ou Ex-votos Por ter sobrevivido a um grande acidente ou a uma grave doença, por ter conseguido um emprego ou uma casa, por ter engravidado ou por ter seu filho curado. Os motivos podem ser os mais diversos, o importante é que eles foram atendidos pelo Senhor Bom Jesus de Matosinhos, graças a uma fé e devoção inexplicáveis. A “Sala dos Milagres”, existente no Santuário de Matosinhos em São João del-Rei, ilustra muito bem o sentimento de milhares de devotos que lá deixam as mais variadas lembranças como forma de agradecimento e como pagamento de promessas feitas ao Bom Jesus. 

Quem nunca teve a curiosidade de conferir o que aquela pequena sala possui, não sabe que aquelas paredes, repletas de “ex-votos”, peças de cera, fotografias e documentos comprobatórios de milagres alcançados, contam parte da história da romaria piedosa ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Segundo Osni Geraldo de Paiva, artista plástico, desde 1750, na antiga capela, já haviam paredes enormes na “sala dos Milagres”, com centenas de “ex-votos” pintados à mão. “Veja que interessante, a Igreja do Bom Jesus de Matosinhos é de 1774 e, anteriormente, já haviam os prodígios, os milagres do Senhor Bom Jesus”, ressaltou. Osni destacou que, através dos ex-votos, percebe-se que a devoção partia de pessoas de todos os níveis, “gente da alta sociedade de São João del-Rei, os pobres, os escravos”. 

E, de acordo com o artista, não é somente em São João del-Rei que esta manifestação intensa de fé acontecia pois, “todos os lugares onde se construíam uma capela ou igreja dedicada ao ‘Senhor de Matosinhos’ atraíam romarias”, contou. Este fluxo grande de pessoas cresceu ainda mais depois da instalação da Estrada de Ferro Oeste de Minas. “Nos dias da festa havia trens de hora em hora, chegando e saindo de Matosinhos”, lembrou. As histórias deixadas na “Sala dos Milagres” sempre emocionaram e surpreenderam quem nela entrava. Osni apresentou um relato, feito por uma pessoa que, quando criança, participou das festas do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, por volta de 1870: “Aberta a igreja para o recebimento das oferendas e para a contemplação dos milagres, nós, presunçosos, íamos nos quedar boquiabertos, ante às coisas espantosas realizadas em nome do Senhor Bom Jesus de Matosinhos; aqui era um cavaleiro, cuja montaria, tomada do diabo saltara por cima de um abismo e o homem se salvara de uma morte certa, invocando, no momento supremo, o nome milagroso; mais adiante era uma senhora muito temente a Deus e que, esgotados os recursos da ciência e desanimada pela paralisia completa que a prostrava no leito, resolvera vir de longe implorar o milagre. E o milagre se dera! Lá estava, e certo está ainda na sacristia, os rinques cerrados de quadros com suas pinturas ingenuamente rudes e o membros em ceras, contando todas as boas ações do milagroso Padroeiro”. 

E a devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos perpassa os séculos. Ainda nos dias atuais, centenas de ex-votos, compõem, a Sala de Milagres e representam histórias comprobatórias de graças alcançadas. A manifestação é espontânea e, frequentemente, são deixadas fotos, pinturas, objetos em cera, roupas, etc, que remetem a situações consideradas milagrosas.

Colaboração na atualização: Aline Margotti e Maria Luiza (3º período de Jornalismo da UFSJ)